sábado, 24 de outubro de 2009

Resenha - Massapê/Ce

Resenha do Artigo “Nada na Língua é por Acaso” de Marcos Bagno publicado na revista Presença Pedagógica.

Formadora: Gleiciane Regia dos Santos Mamede – Massapê/Ce


A linguística como Ciência da Linguagem que estuda a língua em si,
seu desenvolvimento entre os falantes, a noção de erro na língua não está incluída no campo de interesse da linguística, se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação lingüística cumpre essa função plenamente, essa noção encontra apoio em outra Ciência, relacionada a Lingüística, mas que leva mais em consideração fenômenos sociais e culturais, a Sociolingüística, compreendida como estudo das relações sociais intermediadas pela linguagem.
A noção de erro na língua nasce no mundo ocidental pela necessidade de uniformizar essa língua, mantendo um padrão acima das diferenças sociais e regionais, que servisse como instrumento de unificação política e cultural, surge então a Gramática Tradicional, uma combinação de intuições filosóficas e preconceitos sociais. As intuições filosóficas que sustentam a Gramática Tradicional estão presentes até hoje na nomenclatura gramatical e nas definições que aparecem ali.
Os elaboradores das primeiras obras gramaticais do mundo ocidental definiram os rumos dos estudos lingüísticos que iam perdurar por mais de 2.000, rumos esses repletos de preconceitos, desprezo pela língua falada e supervalorização da língua escrita literária, estigmatização das variedades não-urbanas, não-letradas, usadas por falantes excluídos das camadas sociais de prestígio.
A Gramática Tradicional se mostrou cheia de preconceitos sociais que revelam o tipo de sociedade em que ela surgiu - preconceitos que vêm sendo sistematicamente denunciados e combatidos desde o início da era moderna e principalmente nos últimos anos. Marcos Bagno afirma que a Gramática Tradicional deve ser estudada, como um importante patrimônio cultural do Ocidente, mas não para ser aplicada cegamente como teoria lingüística válida nem muito menos, como instrumental adequado para o ensino, já que esta se constitui como base em preconceitos sociais.
A Linguística concebe a Língua como uma realidade variável, mutante e demonstra que todas as formas de expressão verbal seguem regras e tem uma lógica Linguística perfeitamente demonstrável, onde tudo tem uma razão de ser e apegar-se à normas que negam essa variação e mutabilidade da língua é negar o valor da busca de explicações racionais.

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